segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O caminho para alfabetizar

            Ensinar a ler e escrever exige um estudo constante para conhecer como as crianças aprendem, as práticas de linguagem e as atividades fundamentais em classe. Conheça o caminho para fazer toda a turma avançar.


NA TRILHA CERTA Helena Gouveia, 4 anos, da Escola Criarte, em São Paulo, mostra a lista de músicas para sua festa. Foto: Cacá Bratke

Os dados mais recentes do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado em 2009 pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, expressam uma realidade absurda. De acordo com o índice, quatro em cada dez brasileiros que cursaram até a 4ª série e hoje têm entre 15 e 24 anos de idade não conseguem compreender nada além de um pequeno bilhete ou anúncio. Um fracasso que, em grande medida, tem como responsável uma concepção de ensino inadequada, que predominou nas salas de aula durante boa parte do século passado. Ao voltar suas baterias quase exclusivamente para as atividades de cópia e memorização das famílias silábicas, professores reduziram a alfabetização a uma atividade de decifração em que ler era decorar sílabas, e escrever, repeti-las à exaustão. Havia um problema grave sobre o que se ensinava, pois a escrita era abordada sem seu aspecto comunicativo.

Hoje, dezenas de pesquisas científicas apontam que é essencial mergulhar no funcionamento do sistema de escrita alfabético em meio às práticas sociais de linguagem em que ele se expressa. Em outras palavras, conhecer os diferentes tipos de texto, suas funções comunicativas e as formas como eles devem ser produzidos é fundamental para que os alunos saibam como interpretá-los e concebê-los. "Os melhores alfabetizadores encontraram o equilíbrio entre esses dois polos: levam a turma a compreender a natureza do sistema de escrita e, ao mesmo tempo, a entrar em contato com as características da linguagem que escreve", afirma Cristiane Pelissari, formadora do programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, de São Paulo. Muitas vezes vão além disso. Também promovem atividades diagnósticas para avaliar o que as crianças sabem e o caminho que cada uma precisa percorrer para se alfabetizar. Em seguida, organizam a rotina em três modalidades: atividades permanentes, sequências e projetos didáticos.

NOVA ESCOLA agrupou essas ações em seis práticas essenciais para uma alfabetização efetiva. Conheça os detalhes de cada uma delas e as características das atividades desafiadoras:
• Identificar o que cada criança da turma já sabe
• Realizar atividades com foco no sistema de escrita
• Realizar atividades com foco nas práticas de linguagem
• Utilizar projetos didáticos para alfabetizar
• Trabalhar com sequências didáticas
• Incluir atividades permanentes na rotina 


Publicado em NOVA ESCOLA Edição 239, Fevereiro de 2011. Título original: 6 práticas essenciais na alfabetização

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